terça-feira, 24 de abril de 2012

[ Antenas - Grecia ] Solidariedade a luta Revolucionaria.

Atenas: Por ocasião do adiamento do julgamento sobre a ocupação da estação de rádio comercial FLASH, em solidariedade com todos os processados no caso Luta Revolucionária


Enfrentando a sua guerra, não importando quão dura será, não seremos aterrorizados/as.
As perseguições levadas a cabo contra nós, apenas nos tornam mais determinados/as a alcançar os nossos objectivos, mais confiantes nas nossas opções.
 (A data do julgamento foi marcada para 24 de Outubro de 2012.)
No dia 10 de Janeiro companheiros do meio anarquista /anti-autoritário realizaram uma intervenção-ocupação da estação de rádio comercial Flash.gr.
A intervenção foi realizada pela Assembleia para o caso Luta Revolucionária, com a intenção de expressar solidariedade com os membros da Luta Revolucionária assim como com os companheiros que estão a aguardar julgamento pelo mesmo caso desde 5 de Outubro de 2011, no tribunal especial da prisão de mulheres de Koridallos, sob um regime de isolamento político compulsivo. A ação foi acordada ainda como tentativa de quebrar o muro de silêncio em torno do processo de julgamento e do discurso político dos réus no caso Luta Revolucionária. Este silenciamento visa tornar o caso Luta Revolucionária invisível à cena política e minar o apoio das bases sociais do grupo, a sua formação e a sua acção, assim como desqualificar socialmente a opção da luta armada, sendo por este motivo fundamental que o movimento de solidariedade neutralize esta intenção.
As detenções na estação de rádio Flash e os indiciamentos do ex-officio dos participantes na ocupação são claramente uma perseguição de pontos de vista políticos e, na realidade, penaliza a opinião política e a sua pública expressão. Trata-se de uma resposta ao aumento das acções de solidariedade e, nesse sentido, trata-se também de um prémio que nos oferecem na inovação da penalização da solidariedade em si própria. São processos políticos- pois consideram crime a expressão da solidariedade- em especial quando essa solidariedade é expressa aos lutadores que o Estado nomeou de “terroristas”.
Gostaríamos de agradecer ao Poder Judicial e felicitar pessoalmente a Sra. Eleni Raikou, a procuradora geral de Atenas, que ordenou a perseguição e que, obrigando os procuradores do ministério público,  dez minutos depois da sua ordem via o edifício ser cercado por todos os escalões das forças repressivas. Se tivessem mostrado as mesmas reflexões nos grandes escândalos da nossa história recente, como o suborno da Siemens, a venda de bens da propriedade do estado na Vatopedi, o mercado de ações “crise”, o telefone focando casos … uma lista que não tem fim. Também não podemos deixar de reconhecer o seu estofo científico já que superou a dificuldade em encontrar uma acusação contra nós, retirando do limbo do arsenal jurídico um artigo de lei aprovado há meio século. Sra. Raikou: devolvemos-lhe a acusação de “elogiar ações criminosas” e, na verdade, actualizá-la com a participação em organizações terroristas e  facilitação prolongada de crimes contra a sociedade. Em particular, o seu tipo de elogios ao FMI / Troika, ao governo, aos banqueiros, e assim por diante. Você participa na instituição que ironicamente tem o nome de Justiça, uma vez que não está relacionada com qualquer noção de justiça. Você serve o Capital e facilita com as suas leis a exploração, a degradação e, em muitos casos, a morte de trabalhadores, de desempregados, de jovens … Certifique-se de que nossa decisão é impedida: Você é considerada culpada sem circunstâncias atenuantes. Infelizmente para si, a nossa justiça não é cega e tem uma boa memória.
Atualmente o sistema capitalista enfrenta uma crise sistémica- o sistema não só perdeu qualquer legitimação anterior através do consenso da maioria da sociedade como também enfrenta a raiva e a indignação dos oprimidos- numa época de pobreza generalizada e empobrecimento, onde o fascismo do Capital e do Estado prevalecem, a repressão
A mobilização imediata do executivo e a ordem da procuradoria sugere a quem resiste – a quem defende o derrube total do sistema através da revolução social – que este é o único caminho para a superação do totalitarismo contemporâneo. O arsenal ideológico, jurídico e repressivo do Poder está claramente consolidado-Tolerância Zero. A mensagem com vista ao derrube do sistema e à revolução social é considerada perigosa por uma boa razão.
Enfrentando a sua guerra, não importando quão dura será, não seremos aterrorizados/as. As perseguições levadas a cabo contra nós apenas nos tornam mais determinados/as a alcançar os nossos objectivos, mais confiantes nas nossas opções.
A nossa resposta é a luta e a nossa arma é a solidariedade, que significa o quanto a força dos oprimidos destrói as fronteiras e os muros erguidos pelos governantes.
Intensificaremos a nossa combativa solidariedade com os companheiros processados no caso da Luta Revolucionária.
As pessoas detidas na ocupação da estação de rádio Flash
Nos dias que se seguiram à intervenção – ocupação – na Flash FM, um número significativo de comunicações e textos sobre o caso circularam por vários coletivos e grupos, nalguns casos houve uma re-transmissão parcial do original, que foi transmitido no dia 10 de Janeiro. Segue um resumo das ações de solidariedade, através da Grécia, com os ocupantes da estação de rádio Flash.
- No mesmo dia da intervenção em Flash Fm, 10 de janeiro, uma sessão de contra-informação e solidariedade com microfone aberto teve lugar em Tessalónica.
- No dia seguinte, 11 de Janeiro, uma faixa em solidariedade com os detidos foi deixada na cidade de Agrinio onde se podia ler: “Não à perseguição das pessoas em solidariedade na Flash FM, relativa ao caso da Luta Revolucionária. Imediata Libertação- Abaixo a Junta”.
- Na sexta-feira, 13 de Janeiro, uma intervenção na estação de rádio local “Prwini” também ocorreu em Kavala em solidariedade com os detidos na Flash fm.
- no mesmo dia, 13 de Janeiro, uma faixa foi colocada e folhetos foram distribuídos em solidariedade com os detidos na Praça central de Larissa. Na faixa lia-se:
” Perseguições a lutadores – Proibidos de falar. Junta está a mostrar-nos os dentes. Solidariedade com os detidos na Flash FM.”
- No sábado, 14 de Janeiro, uma concentração de solidariedade com microfone aberto teve lugar em Parartima, Patra, onde duas faixas foram colocadas e textos relacionados foram distribuídos. Nas duas faixas lia-se:
“Solidariedade aos detidos pela intervenção na Flash FM. Solidariedade é a nossa arma”
“Solidariedade não é terrorismo.Terrorismo é o Estado e o Poder”.
- No mesmo dia, o grupo anarquista Saltadoroi realizou uma coleta numa concentração de solidariedade com microfone aberto na Praça do Mercado “Agora” em Chania, Creta. Uma faixa com os dizeres “Não às perseguições aos ocupantes da Flash FM. O Estado é o único terrorista” foi colocada na praça central onde foram distribuídos textos relacionados.
- Na sexta-feira, 27 de Janeiro, uma concentração e uma coleta de solidariedade com microfone aberto foram realizadas pelo grupo anarquista Cumulonimbuse folhetos com informação relacionada foram distribuídos na ilha de Corfu.
- No sábado, 24 de Março, tendo em conta o 26 de Março, dia do julgamento que foi adiado pela segunda vez, o coletivo anarquista dos subúrbios, ao sul de Atenas, namous  também realizou uma concentração de solidariedade com coleta e microfone aberto, retransmitindo ainda parte do programa original enquanto diversos textos eram distribuídos.

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