"Cada geração repete o formidável drama. O consolo e desencanto, condicionado a ser mazela do estupendo espetáculo. Multiforme, cuja regra - fatal derradeira - ofusca o íntimo combate aos tribunais superiores da propriedade privada."
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A BANDEIRA NEGRA TREMULA!!!
domingo, 5 de abril de 2015
( Espanha ) Comunicado de Alguns Compas da 13-14 okupada
Convêm saber que a guerra é comum a todas as coisas e que a justiça é discórdia.
Heráclito
Ali onde está o perigo cresce também o que nos salva.
Hölderlin
Desde aqui queremos fazer-nos eco de um dia cansativo de raiva, angústia e desconcerto, mas sobretudo queremos compartilhá-lo. Nesta história não há protagonistas, a miséria e repressão de um Estado incapaz de gestionar seu fracasso constante se estendeu por cada companheirx próximo e amigxs dxs detidxs, contagiando por todos os lados a solidariedade de milhares de corações ardendo de raiva. E essa raiva é já a resposta à questão de que se deve atuar ou não e como.
O longo dia de ontem [30 de março] foi o resultado de um mega-operativo, segunda parte da operação Pandora, com um exibicionismo raiando à impunidade de um sistema cada vez mais policial, e cada vez com mais inimigxs, aparte de nós que sempre o fomos e nunca o negamos. A mescla perfeita do colaboracionismo internacional que fusiona a operação Ardire (Itália) e o caso Bombas (Chile) é a enésima medida repressiva de um sistema que já nem sequer respeita a si mesmo. Buscam, antes de tudo, falar dxs inimigxs da sociedade quando somos, nunca o negamos, xs inimigxs do Estado. Querem dividir uma sociedade já bastante murcha e cansada para que enfrente a si mesma, se aponte e acuse entre si, e denuncie à polícia, seu inimigo natural, suas próprias práticas de luta. Pretendem que seja o medo e a sensação de insegurança a que não os faça sentir incomodxs ao fazer vista grossa, ao permitir que o encarceramento, a tortura e a repressão caiam sobre xs que lutam. Esse medo aos terroristas, aos culpáveis, aos violentos, que faz esquecer a repressão, a polícia e o controle.
Esse é o dia que temos vivido, e que vai prolongar-se por meses, e quiçá anos, mas no qual juntxs nos sentimos fortes, capazes de afrontar com nossa solidariedade cada patada que nos derruba a porta e cada mão que nos fecha a cela.
O incêndio já começou.
Nem inocentes nem culpados. Não estais sós.
Alguns companheirxs da 13-14
Madri, 31 de março de 2015
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