"Cada geração repete o formidável drama. O consolo e desencanto, condicionado a ser mazela do estupendo espetáculo. Multiforme, cuja regra - fatal derradeira - ofusca o íntimo combate aos tribunais superiores da propriedade privada."
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A BANDEIRA NEGRA TREMULA!!!
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
[Zaragoza - Espanha] Centro Social Okupado Kike Mur: Três anos de autogestão de um espaço livre
Comunicado:
O Centro Social Okupado Kike Mur estará completando, neste fim de semana, três anos de vida. Para marcar este aniversário, estamos organizando uma série de eventos com o objetivo de celebrar, com o bairro de Torrero e o resto da cidade de Zaragoza, três anos de autogestão de um espaço livre.
A programação começa nesta sexta-feira, 18 de outubro, às 21h, com uma audição de ska, reggae & rock steady, por Mr. Big Shoot e Sr. Rata. Além disso, haverá sanduíches e cocktails jamaicanos em apoio ao ginásio do Centro Social.
No sábado, 19 de outubro, os atos começarão às 19h, com a exibição do documentário “Chasseurs d’skins” (Caçadores de nazistas) e, na sequência, palestra-debate sobre a ascensão do fascismo na Europa. Às 21h, rola uma festa de traje brega e disfarces, com karaokê e sanduíches, mojitos em beneficio da Radio Chabolo.
As celebrações se concluirão no domingo, 20 de outubro, com um vermute amenizado pelo Coro Libertário de Torrero, comida popular vegana, a partir das 15h; uma nova projeção com um documentário sobre okupação, às 17h e uma mesa redonda sobre a história da okupação em Zaragoza, às 19h.
Três anos de autogestão
Após a expulsão do CSO La Vieja Escuela (antigo colégio Lestonnac), na quinta-feira, 21 de outubro, okupamos o antigo cárcere de Torrero. Um edifício que, durante 73 anos, tanto na democracia como na ditadura, serviu ao Estado para o sequestro e a tortura. Agora abrimos suas portas como espaço livre para todas as pessoas que queiram participar dele.
Queremos ser um ponto de encontro no bairro de Torrero. Uma referência onde a construção de alternativas seja uma coisa de todos os participantes e enriqueçam nossas experiências. Procuramos criar consciência social, agitação mediante nossas atividades, mostrar que é possível fazer as coisas de forma diferente – sem seguir o jogo do Estado com seus subsídios e livres de sua mediação, desde a base e a horizontalidade como uma forma organizacional.
O cárcere de Torrero é outro caso de tortura por parte do Estado democrático espanhol. Enrique Mur foi um dos que foi sequestrado, torturado e, finalmente, devolvido sem vida para sua família e compas; um caso representativo e muito comum de todas as pessoas que enfrentaram, enfrentam e que vão enfrentar a repressão dos Estados, através das suas instituições penitenciárias, reintegração, os seus exércitos e sua violência institucionalizada.
Em homenagem a todos eles.
Por que okupar?
Com a okupação não só visamos denunciar e defender o direito à moradia contra a especulação; okupar é uma maneira de pensar e agir ante as coisas.
Okupar é não estar de acordo com o sistema estabelecido, denunciar os abusos de poder, e propor uma alternativa para o que não gostamos. Okupar é dizer não a um capitalismo que exclui a quem não dança ao som de sua música, é não querer viver para trabalhar e trabalhar para viver, não querer hipotecar uma vida inteira para dizer que isto é meu. Okupar é dizer não as autoridades, dizer não às hierarquias, dizer vales pelo que és e não pelo que você tem. Okupar é bater o pé, firme, para aqueles que acreditam que tudo está sob controle.
Okupar é querer e necessitar espaços livres para crescer, realizar e criar.
Centro Social Okupado Kike Mur
Fonte: A.N.A.
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