Comunicado:
O Centro Social Okupado Kike Mur estará completando, neste fim de
semana, três anos de vida. Para marcar este aniversário, estamos
organizando uma série de eventos com o objetivo de celebrar, com o
bairro de Torrero e o resto da cidade de Zaragoza, três anos de
autogestão de um espaço livre.
A programação começa nesta sexta-feira, 18 de outubro, às 21h, com
uma audição de ska, reggae & rock steady, por Mr. Big Shoot e Sr.
Rata. Além disso, haverá sanduíches e cocktails jamaicanos em apoio ao
ginásio do Centro Social.
No sábado, 19 de outubro, os atos começarão às 19h, com a exibição do
documentário “Chasseurs d’skins” (Caçadores de nazistas) e, na
sequência, palestra-debate sobre a ascensão do fascismo na Europa. Às
21h, rola uma festa de traje brega e disfarces, com karaokê e
sanduíches, mojitos em beneficio da Radio Chabolo.
As celebrações se concluirão no domingo, 20 de outubro, com um
vermute amenizado pelo Coro Libertário de Torrero, comida popular
vegana, a partir das 15h; uma nova projeção com um documentário sobre
okupação, às 17h e uma mesa redonda sobre a história da okupação em
Zaragoza, às 19h.
Três anos de autogestão
Após a expulsão do CSO La Vieja Escuela (antigo colégio Lestonnac),
na quinta-feira, 21 de outubro, okupamos o antigo cárcere de Torrero. Um
edifício que, durante 73 anos, tanto na democracia como na ditadura,
serviu ao Estado para o sequestro e a tortura. Agora abrimos suas portas
como espaço livre para todas as pessoas que queiram participar dele.
Queremos ser um ponto de encontro no bairro de Torrero. Uma
referência onde a construção de alternativas seja uma coisa de todos os
participantes e enriqueçam nossas experiências. Procuramos criar
consciência social, agitação mediante nossas atividades, mostrar que é
possível fazer as coisas de forma diferente – sem seguir o jogo do
Estado com seus subsídios e livres de sua mediação, desde a base e a
horizontalidade como uma forma organizacional.
O cárcere de Torrero é outro caso de tortura por parte do Estado
democrático espanhol. Enrique Mur foi um dos que foi sequestrado,
torturado e, finalmente, devolvido sem vida para sua família e compas;
um caso representativo e muito comum de todas as pessoas que
enfrentaram, enfrentam e que vão enfrentar a repressão dos Estados,
através das suas instituições penitenciárias, reintegração, os seus
exércitos e sua violência institucionalizada.
Em homenagem a todos eles.
Por que okupar?
Com a okupação não só visamos denunciar e defender o direito à
moradia contra a especulação; okupar é uma maneira de pensar e agir ante
as coisas.
Okupar é não estar de acordo com o sistema estabelecido, denunciar os
abusos de poder, e propor uma alternativa para o que não gostamos.
Okupar é dizer não a um capitalismo que exclui a quem não dança ao som
de sua música, é não querer viver para trabalhar e trabalhar para viver,
não querer hipotecar uma vida inteira para dizer que isto é meu. Okupar
é dizer não as autoridades, dizer não às hierarquias, dizer vales pelo
que és e não pelo que você tem. Okupar é bater o pé, firme, para aqueles
que acreditam que tudo está sob controle.
Okupar é querer e necessitar espaços livres para crescer, realizar e criar.
Centro Social Okupado Kike Mur
Fonte: A.N.A.