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terça-feira, 2 de dezembro de 2014
( Espanha - Ilhas Canarias ) ha] “Comunidade La Esperanza”: Um Projeto de ocupação nas Ilhas Canárias
Ainda que tenha deixado de ocupar as primeiras páginas dos grandes meios de comunicação, o drama dos despejos que sofrem dezenas de milhares de famílias em todo o Estado espanhol continua agravando-se a cada ano.
Nas Canárias, o número de despejos se quadruplicou entre 2008 e 2013, com um total de 9.439 execuções hipotecárias durante esse período. Durante 2014, os despejos devidos à impossibilidade de fazer frente às hipotecas voltaram a aumentar em 24,15%. Segundo os dados do Conselho Geral do Poder Judiciário, cada dia do presente ano quatorze famílias do Arquipélago são expulsas de suas casas.
Sem políticas sociais que lhes ajudem a seguir em frente, a maioria destes milhares de trabalhadores, desalojados pelo Estado, para satisfazer as demandas das grandes entidades financeiras, se encontra sujeita à exclusão e a desintegração familiar.
Hoje, no entanto, começam a surgir projetos coletivos que lutam contra esta flagrante injustiça social.
Em fevereiro de 2013, a Federação Anarquista da Grande Canária realojava a mais de vinte famílias necessitadas e sem teto em uns blocos de moradias abandonadas nesta ilha. Desde então, a comunidade, batizada como “La Esperanza”, continuou crescendo. Atualmente abriga a mais de 200 moradores – entre eles 103 crianças – que ocupam 65 moradias e se organizam de forma assembleária.
“Aqui – explica Ruymán Rodríguez, um dos impulsionadores da Comunidade – há pessoas com todos os perfis dos excluídos da sociedade. Há um grande número de pais de famílias que com a queda do setor da construção se viram sem nada, de um dia para outro; mães solteiras, mulheres maltratadas; imigrantes irregulares; enfermos que não recebem nenhum tipo de ajuda governamental…”.
Canárias-semanal teve a oportunidade de recolher os testemunhos de alguns destes moradores, que não só se esforçam cada dia por seguir em frente com suas famílias, senão que também por ajudar-se mutuamente na medida de suas possibilidades. Suas vivências constituem a crônica mais autêntica de uma realidade social que reclama, a gritos, ser transformada radicalmente.
Fonte: http://noticiasanarquistas.noblogs.org/page/6/
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