"Sábado 21 de julho de 2012, acordamos às 6:45 da manhã
com a chegada de um grande dispositivo anti-distúrbio da polícia local
vindo bem no telhado da casa e da entrada principal, violando os acessos
sem sequer aviso prévio. Em mais de uma ocasião, pedimos a ordem
judicial para invasão da casa, e só obtiamos constante resposta
negativa. Então, começou-se a realizar a desocupação do espaço.Quando
começamos a sair do edifício começamos a ouvir os gritos de apoio e
sinais da concentração dxs outrxs compas e pessoas próximas.
Depois de 4 horas de subidas e descidas do edifício, conseguimos pegar
as nossas coisas com a ajuda de nossos companheiros presentes.
Barrilonia foi ocupada em junho de 2009 reivindicando habitação social e um espaço auto-gestionado e de criação coletiva. Num
contexto em que o bairro sofre um processo de gentrificação e conversão
de espaços para o benefício dos especuladores (proprietários de hotéis,
bancos, construtoras e do próprio Conselho), esse squat persiste como
uma ferramenta para combater a desintegração do bairro, tecido de
parceria com associações e outros grupos que compõem esse tecido.
O espaço abrange lutas diferentes, mas por causa de sua história assume
um forte cunho anti-patriarcal, anti-sexista e Transfeminista,
tornando-se uma referência para outros espaços.
Cerca de vinte pessoas formaram o grupo que manteve vivo esse projeto e
se esforçou para criar um ambiente seguro para o livre desenvolvimento
das identidades de gênero Não-Normativas.
É bastante claro que os efeitos da "crise" criou um clima de clamor
público, dos quais: greves gerais, o surgimento do movimento 15maio,
fortalecimento e revitalização das assembléias de bairros e aumentando
os protestos anti-capitalistas, esses são alguns dos exemplos. Embora as
estratégias emergem estilos de vida alternativos inspirados pelas lutas
históricas como a expropriação, a coletivização da terra, espaço, redes
de apoio mútuo e montagem de operação.
A resposta por parte do Estado, se traduz em cortes sociais, e o aumento
do poder repressivo das forças de segurança, e em última instância, uma
redução na função social do sistema e maior punição dos dissidentes.
No dia 11 julho apresentou-se um conselho técnico acompanhada por um
bombeiro e um arquiteto para fazer uma inspeção do edifício como parte
de um programa de verificação de estruturas construídas antes de
1930. Dada a nossa recusa em entrar em uma semana recebi uma ordem
judicial para fazer a inspeção. Em 19 de julho apresentou-se novamente
um arquiteto e mais dois guardas a paisana para efetuar a inspeção. No
final falaram que em 9 dias nos notificariam o resultado do relatório
técnico.
Em 21 de julho de menos de três dias da inspeção veio o desalojo cheio
de irregularidades: Sem aviso para abandonar o edifício, não mostraram a
ordem de despejo, ignoraram as leis e o processo penal, não houve
delegação de incêndio ou uma ambulância e funcionários que fizeram o
despejo não mostram tal precaução contra a iminente queda das
estruturas, derrubando paredes e portas.
Os fatos acima mostram que o despejo foi realizado por um risco
estrutural, mas claramente com uma intenção política de erradicar um
foco de protesto e reclamação no distrito.Situação temos com outros
grupos que foram submetidos a processos semelhantes, como no caso da
Universidade do Lliure Rimaia no Barri de Sant Antoni, recentemente
despejadxs, em um ato completamente ilegal.
* Nossa luta não termina aqui, a estrutura afetado é a do
sistema. Chamamos uma ação, para criar redes, reforçar a solidariedade,
para tomar as ruas, as casas abertas e exigindo vingança.*
Assembleia Habitação Barrilonia
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