Logo no início de fevereiro de 2010 foi trocada a calha e várias telhas da casa e com isso a inundação diminuiu significativamente. Isso foi possível graças à ajuda de poucas pessoas que doaram grande parte do dinheiro necessário à reforma.
Com a calha resolvida, pudemos transferir a biblioteca para onde anteriormente ficava nosso quarto, assim separando definitivamente a parte da casa do centro cultural.
Ainda nos meses de 2009 construímos a cozinha, plantamos milho, abóbora, feijão, xuxu, amora, goiaba, mamão e ariticum com sementes crioulas que trocamos com as comunidades que temos proximidade. A colheita foi feita no mês de fevereiro em 2010. Aumentamos nosso banco de sementes as quais damos continuidade à tradição milenar de cultivo da semeadura de subsistência e interatividade entre os povos.
Com a chegada em 2010 de outr@s comp@s a compor @s morador@s da ocupa, deu-se um acelerada tanto na manuntenção do imóvel quanto nas mobilizações das frentes as quais somos protagonistas também. Mantivemos nosso foco naquilo que notamos ter pernas para construir com dedicação e responsabilidade. A luta pela organização horizontal em torno da questão de um sistema de transporte verdadeiramente gratuito e de qualidade foi onde escolhemos agir.
Então vimos durante 2010 inteiro a publicizar a precariedade, os roubos e trapaças construídas pelo Estado em conluio com empresários à população local. Intervimos em audiências públicas, atos de rua, produção de documentos e denuncias levadas ao Ministério Público com intuito de reforçar que essas instâncias de nada servem à população. Que apenas a organização e a luta popular é que traçam a autonomia real.
Fechamos o ano 2010 com acúmulo considerável.
No ano de 2011, especificamente no dia 8 de Janeiro, fomos brutalmente atacados por uma gangue neonazista de Skinheads. Foram dentes perdidos, hematomas, convulsões, coágulo cerebral e muita raiva acumulada tido como resultado.
Porém, mais um vez esse foi um fator determinante para construção da agenda 2011 do CCA-J13. Então nesse ano temos as três frentes bem definidas de luta: transporte, moradia e frente contra intolerância.
Ainda, a entrada de mais ou menos 30 policiais na noite de 12 de Janeiro na Ocupa atrás de ladrões, destruiu muitas telhas e nossa cerca que delimita com o vizinho.
A reforma do corredor que liga o centro cultural à casa foi completada no inverno. Muito do material usado foi reciclado das ruas, mas temos precisamos comprar outros. Infelizmente chegou um ponto que não pudemos mais remendar as coisas com aquilo que achamos.
Logo nos primeiros dias de 2012 recebemos o pessoal do TUNA, coletivo composto por pessoas ligadas ao extinto Espaço Impróprio (Sp) o que propiciou alguma troca de experiência sobre gestão de espaço libertário e celebração da nossa resistência quintenária na ocupação!
Seguimos fortes e dedicados.
Convictos de que a re-educação através dos ensinamentos pelos princípios anarquistas é a maneira que entendemos como única via para transformação social verdadeiramente revolucionária.
Nossa autonomia diária se reverte em tempo para agirmos junto àquelas comunidades em luta, onde nos colocamos como instrumento catalizador.
Que essa experiência sirva de incentivo à tod@s que tem dentro de si a angústia e força para alterar a realidade brutal e tirana desses dias.

Abraços Livres à tod@s!

"OCUPAR SE TORNOU NECESSÁRIO"
OCUPAÇÃO SQUATT 13 DE JANEIRO 2012




Por: Squat J13