terça-feira, 2 de dezembro de 2014

( Espanha - Madrid ) Ações Solidárias com La Gatonera, desalojada pela Bófia em 27/10


Na madrugada de 6 de Novembro de 2014 uma academia da polícia e da guarda civil foi apedrejada na zona de Legazpi, em solidariedade com o Centro Social Okupado La Gatonera, desalojado pela bófia a 27 de Outubro, tendo sido deixado escrito “Nenhum desalojo sem resposta. La Gato resiste”.  Por sua vez, na noite de 10 de Novembro foi atacada uma loja de artigos policiais no bairro de Carabanchel em mais uma mostra de solidariedade ativa com La Gatonera.

( Uruguai - Montevideu ) Concentração Contra os Despejos


 Na passada sexta-feira, 7 de Novembro de 2014, cerca de uma centena de pessoas concentraram-se frente ao supremo tribunal de justiça, em repúdio à criminalização da ocupação com fins de habitação. Segue-se a proclamação lida durante o acto:
Chegamos esta tarde aqui para apontar para este edifício, símbolo da (in)justiça desta democracia. Para apontar para este edifício e a quem se esconde atrás das suas paredes, juízes que na comodidade das suas poltronas, dos seus salários suculentos e das suas mansões são xs encarregadxs de executar a lei. A LEI, essa lei que se engendra no parlamento, onde os diferentes partidos representam a farsa na qual se apoia este sistema no qual, dizem-nos, todxs somos representadxs, todxs somos iguais e todxs participamos.
Mas essa máscara depressa cai, quando observamos como as leis só servem para manter os privilégios do poder económico, os verdadeiros donos da sociedadea quem os políticos servem aplicadamente. A lei 18116, conhecida como lei de usurpação, que hoje se tenta aplicar contra quase uma centena de famílias de Cumbres de Neptunia, mas também em Marindia, Solymar, Barrio Los Eucaliptus (Maldonado), etc. é um exemplo disso.
Encabeçada por dois deputados do Partido Nacional, do departamento de Maldonado – a pedido dos grandes proprietários e negociantes imobiliários de Punta del Este e votada no parlamento por todos os partidos – foi desenhada para servir de ameaça a todxs xs pobres que, por precisarem de um lugar onde viver, ousam armar um rancho perto dos ricos. Já que todos sabemos que os pobres são muito bons a limpar casas e a levantar paredes mas não como vizinhos.
Esta lei, que nos acusa de usurpadores, é a arma que os ricos puseram nas mãos do juíz de Atlántida, Seijas, para que a use contra pessoas que, com a melhor das intenções, têm construído as suas casas, em solidariedade e sem nada pedir aos de cima, em terras que permaneciam sem serem cercadas e sem ter “dono” que as reclame. Este ataque não foi só judicial, foi também mediático e policial, tentaram estigmatizar-nos e também se receberam acusações do governo municipal de Canelones. As denúncias usam dados recolhidos de forma enganosa pela polícia comunitária e a violência, nos momentos de levar vizinhos a declarar, alcançou níveis de tortura. Não nos surpreende, quando nos ameaça com a prisão por sermos ocupantes este sistema sustenta-se na violência dos de cima, não é outra coisa senão a violência o que se usa contra nós.
Então, juíz Seijas, Supremo Tribunal de(in)Justiça, cá estamos, dispostos a expressar a solidariedade, quando for necessário e da maneira que for necessária. Embora se esforcem, nos diversos âmbitos do poder, para nos tornarem invisíveis e descartáveis. Nem todxs xs marginalizadxs têm curvado a cabeça nem estamos dispostos a deixarem-nos levar dos nossos lugares. Xs ricxs têm as suas armas, nós temos as nossas.
NEM UM DESPEJO, SOLIDARIEDADE ATIVA.
SE TOCAM A UM/UMA TOCAM A TODXS!
Coordenadora de Vizinhos Contra os Despejos

( Espanha - Ilhas Canarias ) ha] “Comunidade La Esperanza”: Um Projeto de ocupação nas Ilhas Canárias


Ainda que tenha deixado de ocupar as primeiras páginas dos grandes meios de comunicação, o drama dos despejos que sofrem dezenas de milhares de famílias em todo o Estado espanhol continua agravando-se a cada ano.
Nas Canárias, o número de despejos se quadruplicou entre 2008 e 2013, com um total de 9.439 execuções hipotecárias durante esse período. Durante 2014, os despejos devidos à impossibilidade de fazer frente às hipotecas voltaram a aumentar em 24,15%. Segundo os dados do Conselho Geral do Poder Judiciário, cada dia do presente ano quatorze famílias do Arquipélago são expulsas de suas casas.
Sem políticas sociais que lhes ajudem a seguir em frente, a maioria destes milhares de trabalhadores, desalojados pelo Estado, para satisfazer as demandas das grandes entidades financeiras, se encontra sujeita à exclusão e a desintegração familiar.
Hoje, no entanto, começam a surgir projetos coletivos que lutam contra esta flagrante injustiça social.
Em fevereiro de 2013, a Federação Anarquista da Grande Canária realojava a mais de vinte famílias necessitadas e sem teto em uns blocos de moradias abandonadas nesta ilha. Desde então, a comunidade, batizada como “La Esperanza”, continuou crescendo. Atualmente abriga a mais de 200 moradores – entre eles 103 crianças – que ocupam 65 moradias e se organizam de forma assembleária.
“Aqui – explica Ruymán Rodríguez, um dos impulsionadores da Comunidade – há pessoas com todos os perfis dos excluídos da sociedade. Há um grande número de pais de famílias que com a queda do setor da construção se viram sem nada, de um dia para outro; mães solteiras, mulheres maltratadas; imigrantes irregulares; enfermos que não recebem nenhum tipo de ajuda governamental…”.
Canárias-semanal teve a oportunidade de recolher os testemunhos de alguns destes moradores, que não só se esforçam cada dia por seguir em frente com suas famílias, senão que também por ajudar-se mutuamente na medida de suas possibilidades. Suas vivências constituem a crônica mais autêntica de uma realidade social que reclama, a gritos, ser transformada radicalmente.

 Fonte: http://noticiasanarquistas.noblogs.org/page/6/

( Madri - Espanha) Dor e Sofrimento.Carmen Martínez 85 anos mais uma Desalojada.

Por Francisco González Tejera

O imenso sofrimento desta boa mulher nos estremece a alma, jamais a quem governa o Estado espanhol e executam seus premeditados planos de enriquecimento, pisoteando direitos humanos elementares.
Esta imagem da senhora Carmen, uma anciã de 85 anos, desalojada hoje em Madri, por uma trupe sinistra de quase uma dezena de furgões policiais, denota os níveis de degradação e corrupção deste desgraçado país, ou como lhe queiram chamar: Estado, nação, cova de ladrões, ninho de merda…
Minha indignação ao ver as imagens deste vergonhoso desalojo é compartilhada por milhões de pessoas de todo o mundo, que puderam contemplar nos informativos de TV, esta nova humilhação, esta nova provocação a um povo massacrado pelas políticas de uma gentalha sem escrúpulos.
Se queixavam do terrorismo, dos carros bombas, de suas execráveis mortes, mas agora o praticam, o exercem totalmente, o executam com metodologia de alto nível, a que mata lentamente, as que nos conduzem ao suicídio por razões econômicas, a que apoia a mafiosos credores, tirando a moradia de pessoas humildes.
Não sei o que dizer, a garganta fica presa, seca, em um sentimento de tristeza e emoção, só me resta mostrar meu apoio solidário com Carmen, meu abraço fraterno na distância, minha raiva e absoluta desolação

Fonte :  http://noticiasanarquistas.noblogs.org/page/3/